Paixonites e a nossa história

Um dia uma amiga me perguntou qual era a história de livro eu mais queria viver. Respondi prontamente várias vezes, de maneiras diferentes, relembrando meus livros favoritos. Eu era empolgação e mais um pouco. Percebi que não era o que ela queria ouvir. Minto, logo em seguida percebi que era exatamente o que ela queria ouvir, para logo fazer uma das perguntas mais intrigantes que já ouvi: você não gosta da sua história? Puts, por essa eu não esperava!

-Minha vida? Claro que gosto! Só acho que ela não é tão emocionante quanto as que conheço nos livros.

-Mas a nossa história sempre é a mais emocionante. Talvez só seja preciso colocá-la no papel para percebermos isso. Olha, acontece tanta coisa com a gente todos os dias, acho que só não reparamos.

-Nada disso, L! Minha vida narrada em um livro? Seria algo como: "Juliana derrubou o lápis no chão. Ela arregala os olhos e sente o mesmo frio na barriga que há tempos não sentia. Lentamente ela apanha o objeto do chão e...".

(risos)

E não é que ela tinha razão? Isso me fez lembrar da minha última paixonite* (aquele tipo platônico que deixo acontecer apenas para não dizer que sou uma batata adolescente sem sentimentos largada no mundo), com umas palavras mais arrumadinhas e inspiração, não é que daria um livrinho bom? Também lembrei dos conflitos pessoais que tenho, dignos de uma boa trama jovem. É muita loucura isso! Como eu passei tanto tempo sem reparar na minha história? 

Enfim, sabe aquela frase: "um leitor vive mil vidas"? Pois é, ela pode ser perigosa! Com tanta história para ler/viver, não sabia que era possível me perder justo na que sou protagonista principal.

*Me lembrei de um episódio de "Todo Mundo odeia o Chris", em que ele nos revela suas paixonites: paixonite do ônibus, paixonite do elevador... tão eu! haha.

Me conte um pouco sobre a sua história!