A grande nuvem na minha vida

Para muitos isso pode ser mais um post chato e sem interesse. Você pode ser uma das pessoas que só quer retribuir logo um comentário meu e fechar essa aba. Se for, vá, feche. Senão, advirto que é muito blá blá blá até para eu mesma. Mas, o blog é pra isso mesmo. 

Primeiro fato. Eu odiei março. Não que tenha sido um mês triste, mas foi um mês digno de ser odiado, ou talvez seja apenas mais uma fase minha. Geralmente tenho muitas, mas são irrelevantes, nada de crise existencial ou algo do tipo, mas quando acontece algumas das minhas fases atípicas, acontece pra valer.

Eu tenho ótimas amizades e agradeço muito por isso. Faço terceiro ano em uma das melhores escolas públicas do Estado, e amo isso. Tenho um blog cor-de-rosa (que eu nem gosto tanto assim da cor), leitores maravilhosos e uma parceria com uma editora que amo. Agradeço por todas essas alegrias, claro, mas sabe quando parece que uma nuvem gigante paira sobre sua cabeça e você não consegue fazer mais nada a não ser encará-la e ficar ali, sem noção de tempo e espaço? A previsão do tempo adverte: tem uma dessas nuvens enormes sobre mim.

Eu fui à escola, fiquei atolada de trabalhos do técnico, tive meu futuro estágio perfeito trocado por algo que envolve uma matéria que consigo controlar, mas me amedronta (contabilidade!), espatifei meu celular no chão e acabei ficando sem a câmera dele, acumulei uma pilha de livros sem ter tempo para ler nenhum, me desleixei com meu blog e ainda estou aqui, parada, pensando em como encarar uma semana repleta de provas.

Durante um mês inteiro eu só quis chegar em casa e me esconder sob os cobertores. Por mais que ame química orgânica, não estudei. Por mais que necessitasse revisar matemática, não revisei. Por mais que desejasse adiantar trabalhos futuros, não adiantei. Por mais que quisesse dizer logo um "não" bem grande para certas pessoas/situações, não disse. 

Eu só quero cobertores e espaço para meus pensamentos, há muito tempo espremidos entre tantas obrigações e exigências. 

Quero liberdade para me esparramar em pleno domingo em um sofá e ler um livro até o anoitecer. Quero me esquecer dos prazos, das matérias e do ano decisivo que 2015 é. Quero pensar que ano que vem terei tempo para relaxar, mesmo tendo objetivos que obviamente não me permitirão isso. Eu quero agir, mas ao mesmo tempo espero o dia em que isso não seja mais uma obrigação, mas sim um prazer.

Eu quero muita coisa, mas até agora (e enquanto isso durar), fico observando uma nuvem enorme voar, voar, voar...